terça-feira, 15 de setembro de 2009
Três Corações – uma cidade turística, uma viagem de p(L)oucos??
Engraçado pensar uma cidade turística. Será que a minha cidade é turística? O que é uma cidade turística?
Três Corações e turismo possuem um afinidade que perpassam alguns anos. E, passam por aqui muitas pessoas. Algumas vão a Cambuquira – cidade tradicional no cenário turístico, ouso dizer, internacional, relevante dentre as cidades hidrominerais. Várias outras pessoas vão a São Thomé das Letras, São Thomé, para os íntimos. E, vão de tudo quanto é jeito... bem verdade que vão de qualquer jeito, de qualquer tipo, crença, dança... Incrível notar que apenas passam por Três Corações. Quando muito param num posto de gasolina, numa padaria ou lanchonete, uma foto na estátua do Pelé, outra uma graça sem finalidade.
Ué, param na estátua do Pelé... e também na venda do Chico, no restaurante Calabreza, na Santa Empada. Ponto final... ah, o ponto final é em Cambuquira, São Thomé das Letras, Lambari, São João Del Rei... As vezes fico em dúvida se Três Corações é ou não é... e nem me venham com aquele papo do “já foi, já teve..” – quantas cidades turísticas no mundo lidam com o seu passado? E o fazem de forma tão espetacular que são referenciadas, inclusive, como patrimônio da humanidade – querem vários exemplos? (Mariana, Tiradentes, São João Del Rei, Ouro Preto, Recife, Olinda...)
Lidam tão bem com o seu “já teve, já foi” que os recursos financeiros provenientes da atividade turística são a referência do PIB municipal. Quando me pergunto sobre a potencialidade de Três Corações para o turismo, começo percebendo que todos os dias têm gente de fora (visitante – porque não fica na cidade mais de 24 horas, porque se ficasse seria turista!!) batendo fotografias na Praça Pelé. Depois percebo o valor histórico da cidade: a maior feira de gado da América Latina, no início do século XX; a presença da família real para inaugurar a sede da estação ferroviária; a 1ª agência do Banco do Brasil em Minas Gerais (BH não tinha, Juiz de Fora, não tinha, Ouro Preto também não!!) e a 12ª no Brasil (São Paulo não tinha, Porto Alegre não tinha, nem Curitiba); palco da revolução do início da década de 30, pela presença do 4º RCD (Regimento de Cavalaria Divisionário).
Pois, então, volto a pensar no presente. E encontro a Escola de Sargentos das Armas, única no país na formação de sargentos de carreira do exército brasileiro; vejo várias fazendas produtivas com café, milho, uva, abacate, laranja, girassol, leite entre outros produtos agrícolas, e outros animais de criação; percebo a quantidade de pessoas que vêm de outras cidades e são muito bem recebidas, acolhidas e que se mudam para cá; identifico grande extensão territorial, belezas cênicas e acidentes naturais; vejo conhecimentos produzidos, articulados, referenciados pelo estado e pelo país; vejo artistas esforçados que mostram a cara, escondem o bolso e se entregam de alma; provo comidas, quitutes, doces, bolos, pães de sabores peculiares; vejo lugares encantadores, que me fazem suspirar por sua originalidade... será que só eu vejo isso?
E, se vejo isso tudo, tudo isso não é potencialidade turística, ou seja, algo que podemos/devemos trabalhar/organizar/estruturar/motivar/diagnosticar/identificar/desenvolver/incentivar para que se transforme em um produto turístico – algo com identidade, capacitação, aparência, qualidade, condições, serviços, atendimento, saber fazer, volume para ser apresentado/comercializado para a comunidade tricordiana, em 1º lugar, e para os turistas? Não sei se sou louco, ou se sou pouco.
Por Luis Felipe Branquinho Vargas
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6 comentários:
Aí Felipe, das duas opções que você deixou aí, só posso te dizer uma coisa: acho que louco você não é.
Abraço
Três Corações tem a figura de Pelé que muito mais do que o ET de Varginha poderia promover a cidade no Brasil e no mundo. Aliar à cidade a Estância de Cambuquira e a mística S.Tomé das Letras também pode ajudar.
Noutro dia, comentei no meu blog sobre a cidade se unir a outras, e principalmente Cambuquira, para revitalizar o Aeroporto Mello Viana. Infelizmente, parece que nem os políticos aceitaram a idéia e se conformam que o aeroporto de Varginha seja utilizado, esquecendo-se que o benefício é todo daquela cidade que muito já sugou da região em seu benefício graças ao empenho dos seus políticos.
Gilberto Lemes
Parabéns pelo texto, Luiz Felipe.
Nossas cidades sempre tem uma identidade que pode ser explorada turísticamente. Vocês tem o Pelé e a cultura que também está sendo valorizada através da Associação Vira Minas.
Mas é isso, devemos aproveitar esses visitantes que passam por aí e transformá-los em turistas, criando atividades para segurá-los em nossas cidades. É DIFÍCIL!!! Mas uma dia chegaremos lá...
Abraços
A união das cidades é um fato que já está acontecendo, via circuitos turísticos, pelo menos no papel. E vejo que o COMTUR é um caminho interessante para concretizarmos esta união. Mesmo das cidades que não estão envolvidos no mesmo circuito. E é bem o que a SETUR e Mtur pregam em seus direcionamentos de regionalização. Depende de nós querermos... eu quero, algumas pessoas querem... vamos unir as forças? O COMTUR em Três Corações está iniciando seus trabalhos...
Eu q sou de Três Corações e a 10 anos morando fora do estado estou de pleno acordo com o texto acima, pois todos que veem meu carro com a placa de Três Corações param e me perguntam das opções de turismo na cidade do Pelé.
isso ai luiz felipe, nossa cidade esta no meio de tantas que são turistica, então vamos segurar um pouco das pessoas que passam aqui de passagem mostrando a eles o que temos de bom em nossa cidade destacando a cultura e folclorico que parece estar econdido por tanto meus visitantes do dia 25 a 6 de janeiro venham prestigiar pelas ruas de nossa cidade as folias de reis em homengem aos Reis Magos que foram até a magedoura e a Jesus foram adorar e que estes Santos Reis abençoa e proteja todos vc que venha nos visitar. odair
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