Primeiramente, uma questão que vinha incomodando bastante a Viraminas: o atraso no processo de conveniamento dos Pontos recém-aprovados no edital 2009. Ontem, este tema foi recorrente nas mesas de discussão que se formaram. Pela manhã, os pontos participantes do evento foram agrupados pelas regiões do Estado. O Sul de Minas estavam com apenas três cidades representadas: Três Corações, Cristina e Liberdade. A discussão acabou um pouco esvaziada, mas foi uma boa oportunidade para conhecer melhor o que acontece por aqui.
O Ponto de Cultura Artes para Todos, de Cristina, trabalha com artesanato e geração de renda para a comunidade. Dentre as atividades do grupo, estão oficinas de capacitação para radiodifusão. O detalhe é que o Ponto comprou equipamentos mas, pela falta de concessão, não pode transmitir uma programação. Ou seja, ensina-se para depois não praticar. Culpa da legislação das comunicações no Brasil, que emperram os trabalhos comunitários em prol dos poderosos.
O Ponto de Cultura e Sustentabilidade, de Liberdade, envolve trabalhos na zona rural da cidade. O projeto nasceu de um grupo de amigos que fundou uma eco-vila e vai trabalhar ações voltadas para a economia solidária. Está no grupo dos pontos que aguardam a assinatura do convênio. Estes dois projetos se juntaram ao Museu da Oralidade, o nosso ponto, para debater os assuntos do Fórum.
À tarde, os grupos foram divididos por proposta temática. O Museu da Oralidade se uniu ao pessoal dos pontos de cultura de matriz africana, de patrimônio imaterial e culturas tradicionais. Como havia uma presença maciça de pontos recém-aprovados, o tema do atraso no conveniamento acabou sufocando a discussão sobre a temática do grupo de trabalho. Por um lado, isso esvaziou o debate, mas, por outro, resultou numa resolução importante: a redação de uma moção pela agilização das assinaturas dos convênios.
Hoje, foi formada a Comissão Estadual dos Pontos de Cultura, com o objetivo de organizar o próximo encontro anual e de articular a relação entre os pontos. Essa questão foi amplamente salientada pelos pontos dos editais mais antigos, que ressaltaram a importância de fazer a rede funcionar, o que não vem acontecendo. Uma conquista para a rede foi a seleção regionalizada dos participantes. Assim, foram definidas 8 regiões e cada escolheu seu representante e um suplente. O Museu da Oralidade ficou com a vaga do Sul de Minas.
Ficou registrado o desafio de fazer a comissão funcionar, o que não é tarefa fácil. O calor das discussões fez muita gente acreditar no potencial da rede. A questão é como conseguir manter a pró-atividade depois que os representantes voltarem para suas comunidades.
A avaliação final dos presentes fechou a plenária. Houve muitos agradecimentos e muitas felicitações pelo sucesso do encontro. A sensação de dever cumprido tomou conta do pessoal. A delegação segue para a Teia Nacional visivelmente mobilizada e mais madura para o debate político em torno do programa Cultura Viva. Ficou como dever de casa para todos a leitura do projeto de lei do Cultura Viva, que, se levado ao Congresso, poderá transformar o programa de governo em uma política de Estado.
Nós, da Viraminas, voltamos para casa com a sensação de que, agora, o prazo dado pela Secretaria de Estado da Cultura para encerrar o moroso processo de conveniamento (abril de 2010) será cumprido. Vários outros pontos de editais anteriores lembraram que o processo sempre foi em ritmo de tartaruga. Mesmo assim, saímos achando que "agora, vai"! Será desastroso e profundamente desanimador caso o Governo de Minas nos enrole mais uma vez.
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