Infelizmente não pudemos acompanhar toda a Mostra de Cinema de Cambuquira - a Mosca. Semana passada era o fechamento do Fundo Estadual de Cultura e estávamos enfurnados no processo de montagem do projeto que enviamos. No domingo, fomos conferir, Eu e Andressa, o último dia do evento. Ficamos com uma vontade de ter participado de tudo, pois os encontros foram bastante produtivos. Pelo menos, pudemos acompanhar a apresentação dos curtas premiados, o que já foi um alento. Eis os vencedores.
O anão que virou gigante



O vencedor da categoria Melhor Animação e Melhor Filme foi "O Anão que Virou Gigante", produção do animador Marão (imagem daqui). É uma história divertida que traz a frustração de um anão de 1,20m de altura, que não consegue chamar a atenção de ninguém e é desprezado por garçons, jornaleiros, mulheres e todo mundo a seu redor. Com um olhar crítico sobre os "diferentes", o personagem vai narrando as desventuras do dia-a-dia. De repente, já depois dos vinte anos, o simpático protagonista começa a crescer. Vai mudando sua visão de mundo, e tenta até resolver algumas injustiças que tinha percebido. Foi uma boa escolha. Vale a pena assistir.
Hiato
Vencedor da categoria Documentário, Hiato, mostra a manifestação pacífica de trabalhadores sem-teto do Rio de Janeiro, que aconteceu em agosto de 2000. A turma da periferia resolve conhecer um shopping center da zona sul carioca, o que causa estranheza de vendedores e da classe média. A imprensa compareceu para cobrir o manifesto, com certeza na expectativa de que houvesse algum confronto. No entanto, os visitantes só queriam ver as vitrines, experimentar roupas e sapatos, e comer pão com mortadela na praça de alimentação. Exercer o direito de ir e vir. Filmado sete anos após o acontecimento, o documentário repercute a iniciativa e discute a distância entre os pobres e o mundo de consumo da classe média-alta, com suas regras invisíveis de conduta, de aparência e de status. Confira a entrevista do diretor Vladimir Seixas para a revista Fórum.
Em uma tarde de abril em Cambuquira
Vencedor da categoria experimental. Realizado por Alexandre Félix, o vídeo traz de forma poética uma chamada geral na população da nostálgica Cambuquira. Ficar olhando o tempo passar, lembrando-se dos tempos áureos da cidade ou partir para a ação e dinamizar a cidade outra vez? Eis um questionamento que inquieta durante a exibição.
Bicho

Outro curta-metragem muito divertido, vencedor da categoria infantil. Dirigido por Vitor Brandt, conta a história do menino Carlos, que adora criar bichos de tudo quanto é tipo (galinha, grilos, calangos, lagartixas) dentro de casa. A mãe não aceita a mania do filho. Na escola, ele é alvo de perseguição pelos coleguinhas. Carlos, no entanto, se apega aos animais. Dá nomes de gente a eles, cria fantasias na sua cabeça. Vale a pena também conferir essa produção, que está disponível no sítio Porta-Curtas.
A exibição dos vencedores foi antecedida da apresentação dos trabalhos da oficina de produção audiovisual. O tema foi o telejornalismo e os participantes fizeram um belo trabalho relacionando a história de Cambuquira com fatos das décadas de 60, 70, 80 e dos dias atuais. Ainda não encontrei estes vídeos na rede, mas o pessoal da Mosca deve colocá-lo na rede. As produções dos anos anteriores podem ser conferidas no sítio da Mostra.
A sensação é de que eventos como o de Cambuquira estimulam a produção em todos os níveis - desde adolescentes que fazem coisas novas, até os mais velhos que voltam ao cinema para assistir filmes que tenham a nossa cara. A retomada do cinema brasileiro, potencializada pelas novas mídias, depende de projetos como este para dar certo.
3 comentários:
Paulo de boa cara... sem problemas... esquenta cabeça naum..
aki, to em SP... em Gaurulhos... o celular tava desligado... rsss... pode ligar de novo..
abração...
não somente festivais qeu incentivem a produçãod e filmes em películas como oficinas nos festivais pequenos grande médio e de tamanhos únicos para que possam abarcar também e não somente a classe interessad amas inserir nas mentes daqueles que não se "adaptam" ou não tem acesso a novas formas de expressão cinematográfica como o stop motion picture motion etce tals... muito amssa paulo , já é tarde pra algum comentário mas ainda sim acho válido o fazer!^^ BE WATE MY FRIEND! ventos bons e parabéns pela aprovação do ponto de cultura! ^^
Olá Paulo,
Muito obrigada pela divulgação da MOSCA no blog Viraminas!
Fico contente que tenha estado na sessão de encerramento. Realmente tivemos filmes brilhantes selecionados pelo juri popular.
Vamos manter contato! Vou acompanhar o conteúdo do seu blog!
Abraços
Ananda e equipe MOSCA
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