
Descobrindo palavras que formam pessoas: histórias de vida”. Esse é o tema da exposição que está aberta para visitação, até o próximo dia 17, na Escola de Saúde Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG). O enfoque da exposição é a história de vida dos moradores da Casa de Saúde Santa Fé, em Três Corações, sul de Minas. O evento foi aberto no final da tarde de ontem (10), com a palestra “Revitalização das Casas de Saúde”, proferida pelo coordenador nacional do Movimento de Reintegração do Hansenianos (Morhan), Arthur Custódio.
Revitalizar a ex-colônia de hansenianos e voltar o olhar não para a doença e sim para saúde foi o objetivo da palestra, explicou Custódio. “Para falar de qualquer doença, deve-se discutir o contexto social, cultural e político. Vim aqui para falar da hanseníase enfocando as pessoas e não a doença que essas pessoas possuem”.
O encontro contou com a presença da diretora-geral da ESP-MG, Tammy Claret Monteiro; do assessor do Complexo de Reabilitação Física e Cuidado ao Idoso, Thiago Possas, que representou a direção da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig-MG) ; do coordenador nacional do Movimento de Reintegração do Hansenianos (Morhan), Arthur Custódio; do membro da diretoria da Viraminas, Paulo de Morais; e do curador da exposição, Sidney do Campo.
Ao falar da exposição, a diretora-geral da ESP-MG, Tammy Claret Monteiro, relembrou a sua relação com a Casa de Saúde Santa Fé. “Eu vi a vida daquelas pessoas se misturarem a minha quando fui convida, há alguns anos, para realizar a restruturação administrativa da Casa”, contou.
A iniciativa é resultado de um projeto da Diretoria de Ensino e Desenvolvimento de Pessoas da Fhemig, cujo objetivo é revitalizar e resignificar as ex-colônias de hanseníase de Minas.
Contar histórias particulares por um olhar que não seja somente o da doença foi uma das motivações para a realização da iniciativa, é o que explica o curador da exposição, Sidney do Carmo. “A exposição convida o público para descobrir um pouco da história desses personagens, que por muitos anos vivem na Casa de Saúde Santa Fé, uma das ex-colônias de hanseníase da Fhemig”.
Segundo a funcionária da Superintendência de Educação da ESP-MG Maria de Fátima Malveia Carneiro, a palestra mexeu com sua sensibilidade. “Entrei no auditório curiosa por não saber muito sobre a hanseníase, mas quando saí, saí emocionada e com vontade de aderir ao movimento, e vou fazer isso”, disse entusiasmada.
Hanseníase no Brasil
Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), o número de novos casos de hanseníase no Brasil caiu 23% entre 2003 e 2008 e a atenção básica é apontada como um dos principais motivos para a queda de incidência da doença. Em 2003, o total de notificações foi de 51.941. Já em 2008, o total caiu para 39.992. O recuo foi ainda mais significativo na população com menos de 15 anos, com índice de queda de 28,6%, que contava 4.181, em 2003, contra 2.910, em 2008. O MS aponta, ainda, que a situação epidemiológica da doença indica que os novos casos estão concentrados em 1.173 municípios brasileiros, principalmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, que registraram 53,5% dos novos casos detectados entre 2005 e 2007.
A hanseníase é uma doença infecciosa que tem cura e o tratamento é gratuito pela rede pública de saúde. Ela acomete a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo. Pode variar de 2 a até mais de 10 anos. A doença causa deformidades físicas, que podem ser evitadas com o diagnóstico no início da doença e o tratamento imediato.
Autora: Daniela Venâncio (ESP-MG)
1 comentários:
Ou Paulão, e o a animação cara? Vamos por isso pra frente?
até mais
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