Enfim. Pelo menos na semana passada parece ter chegado uma luz no fim do túnel. A novidade se chama Open Shot (baixar aqui). Trata-se de um novo editor de vídeo não-linear para Linux. A novidade foi postada no site BR-Linux em 27 de agosto e parece ter sido lançada em maio deste ano. No site do projeto Open Shot é possível encontrar o pacote em formato .deb para baixar e instalar no Ubuntu. No nosso caso, baixamos e tentamos instalá-lo, mas houve conflito com uma dependência chamada python-pygoocanvas, que teve de ser resolvida usando a ferramenta git-core.
Vamos falar agora do que realmente importa nessa história toda. Os programas de edição não-linear de vídeo disponíveis para Linux apresentam uma série de deficiências. Na pesquisa que estou realizando nos últimos meses, testei os seguintes: Avidemux, Kino, Cinelerra, Open Movie Editor, Lives e Kdenlive. Todas estas opções encontrei nos fóruns e tutoriais da comunidade. De todos, o Cinelerra, o Open Movie e o Kdenlive foram os mais apresentáveis, porém nenhum era lá grandes coisas. Não que eu achasse que iria encontrar um Adobe Premiere de código aberto, nada disso. Mas acontece que, em nenhum dos programas citados, eu consegui abrir, importar arquivos, editar e exportar logo de cara. Todos levaram alguns dias para que eu conseguisse algum resultado legal. Eis as impressões de alguns deles:

1. Cinelerra: (screenshot daqui) parece ser o mais badalado pelos pontos de cultura. Porém, é feio que dói e também não é muito intuitivo. Foi difícil encontrar o pacote para baixar e instalar. Começar a editar nele exigiu bastante paciência, com muita leitura de tutoriais e manuais disponíveis na rede. Acabou que não consegui realizar a tarefa completa, da importação à exportação dos vídeos.

2. Kdenlive: (screenshot site oficial) já pareceu mais adequado. É um pouco mais bonito, só que é feito para o KDE e não para o Gnome, o que dificultou um pouco a instalação no Ubuntu. Travou várias vezes e não conseguiu importar uma variedade de formatos de vídeo.

3. OpenMovie: (screenshot site oficial) esse foi o que se saiu melhor nos meus testes. Consegui abrir alguns vídeos em mpeg, sair editando e exportar, com alguma facilidade. Mas o maior problema é a feiúra do programa. Desanima qualquer um. Mas quebra lá o seu galho. Tem tutoriais no YouTube que ajudam.
É bom ressaltar que todos deram problemas na hora de importar os vídeos. Vários formatos, como o AVI, por exemplo, não puderam ser carregados. Consegui efetivamente montar alguma edição no OpenMovie, porém ele exporta apenas para o formato aberto OGG. Como se vê, as impressões não foram muito positivas, o que só reforça a opinião de quem eu já tinha consultado sobre o assunto.
Pois bem, procurando então mais uma vez no Google sobre o edição de vídeo em Linux, eis que surge a surpresa. Quando fiquei sabendo do Open Shot, já o baixei e instalei no meu notebook. A primeira coisa que chama a atenção e já faz este programa ganhar de goleada dos demais é a aparência, como vocês podem ver no screenshot que fiz:

Passei o fim de semana estudando um pouco o programa. Ele se mostrou ainda por terminar, e o próprio site do projeto diz isso. Trata-se de um programa em desenvolvimento, como todo software livre. Logo, apresentou algumas limitações. Mas nada que tirasse a empolgação do primeiro contato. Lembrou um pouco do Windows Movie Maker, com a vantagem de ter mais trilhas de edição. Outra vantagem em relação aos outros editores do Linux foi a facilidade em importar os arquivos e editá-los. O Open Shot carregou numa boa os arquivos MPG que tínhamos filmado na gravação de alguns depoimentos para o Prêmio Culturas Populares, do Ministério da Cultura. Resolvi começar a brincar e ver no que ia dar.
O programinha se mostrou bem intuitivo e fácil de manipular os vídeos, embora tenho que admitir que deu algumas travadas. Mexendo na edição de legendas, deu para descobrir que ele usa o formato SVG para colocar textos nos vídeos. Isso já facilitou bem o trabalho, pois foi só usar o InkScape para montar as legendas. Deu para montar, também, um pequeno símbolo da Viraminas para usar no cantão da tela, inaugurando assim a primeira transmissão da TV Viraminas :). Foi uma pena que não consegui gravar o programa funcionando com o gtkrecordmydesktop, parece que deu algum conflito. Caso tivesse conseguido, postaria aqui um primeiro video-tutorial. Fica para a próxima.
Quem também se empolgar e quiser mexer no Open Shot, tem que lembrar apenas que é um programa que não está pronto. As transições, por exemplo, são um problema. Não consegui fazê-las funcionar direito. Mas, como são apenas as primeiras impressões, temos que admitir que esse programa tem futuro. A comunidade dos Pontos de Cultura pode festejar. E, para marcar esse primeiro encontro, deixo aqui uma pequena amostra do depoimento do seu Jaime Darcy, da Companhia de Reis Tira-Couro, de Três Corações. Ele foi gravado em uma câmera digital Sony na Casa da Cultura Godofredo Rangel. Não reparem nos errinhos de edição, afinal é um vídeo experimental, criado num programa experimental.
2 comentários:
reportagem show!
parabéns paulo e andressa! vcs estao mandando mto bem!!!
show!!!
Maravilhas!!! O vídeo do sr. Darcy ficou muito bom. Não tive dificuldades em abri-lo. E o lance do Open Shot, é uma boa alternativa, embora em fase de melhorias...
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