quarta-feira, 28 de julho de 2010
Lançamento do Museu da Oralidade: O Reinado de Bené
O Reinado de Bené é o mais novo lançamento do Museu da Oralidade, o Ponto de Cultura da Viraminas. É o produto resultante do projeto Reinado para as Novas Gerações, que pesquisou a memória oral dos reinadeiros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito de Divinópolis, cidade do Oeste do Estado. O projeto foi realizado com patrocínio da Etiquetadora Amaral (Etiam), via Lei Municipal de Incentivo à Cultura.
O lançamento oficial acontece no dia 12 de agosto, quinta-feira, na Biblioteca Pública Ataliba Lago, às 19h30; e no dia 14, sábado, na Boutique do Livro, a partir das 10h. Leia abaixo o prefácio da escritora Ana Maria Gonçalves e clique na imagem acima para baixar a versão em PDF.
Onde hoje é o Benin, havia o Daomé, um dos mais ricos e poderosos reinos africanos, de onde embarcaram centenas de milhares de escravos para o Brasil. Do caminho desde a cidade de Uidá, sua capital, até o porto, as caravanas de triste destino passavam por um local batizado de Árvore do Esquecimento. Lá havia mesmo uma árvore, em torno da qual os homens tinham que dar nove voltas e as mulheres, sete. Acreditava-se que, dessa maneira, os futuros escravos esqueceriam a vida que tinham levado até aquele momento, suas crenças, suas tradições, suas origens, seu povo. Pensando no pouco que nós brasileiros conhecemos da rica herança africana, às vezes sou tentada a acreditar que isso de fato aconteceu, que foi possível calar ou apagar parte significativa de uma história tão rica e importante na formação da nossa identidade. Mas aí...
Eu quase vejo Bené, vivendo na fronteira entre a infância e a juventude, a realidade e o mundo dos sonhos, a cidade e a roça, a modernidade e a tradição. E Bené se sai muito bem, sabendo que, o que às vezes parece contraditório, quase sempre pode ser complementar. Eu também cresci assim, e ele poderia ter sido qualquer um dos vários amigos com quem compartilhei brincadeiras, aventuras, trabalhos escolares, viagens e emoções.
Aqui, Bené nos pega pela mão e nos guia através do Reinado, uma das muitas tradições de seus antepassados africanos, e nos ensina que o conhecimento que está nos livros não é o único digno de registro e respeito. Ele nos mostra que há também outro tipo de sabedoria, singular, significativa, passada de geração em geração, com simplicidade, fé e respeito. Não há como não querer tê-lo por perto, como amigo. Ouve só...
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
terça-feira, 15 de setembro de 2009
APEDRANOCAMINHO DOPOEMADOPOETA
Apareceu uma Pedra no meio do Caminho de Drumonnd
Férrea atrevida crescente envolta em ares de mistério
Atravessou-lhe a retina aquela presença descarnada
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Vai começar a Leitura no Ônibus

Na semana passada, começamos a montar as lâminas dos textos do projeto Leitura no Ônibus, que irão para os coletivos de Três Corações nos próximos dias. Num trabalho meticuloso de procura e seleção de poesias de autores consagrados e iniciantes, o Paulo de Barros, que é o idealizador da proposta, chegou aos 320 poemas que vão compor o projeto. Colocou no mesmo balaio estudantes da cidade, escritores desconhecidos do grande público, artistas do interior de Minas, poetas de Três Corações, Hilda Hilst, Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana, Cecília Meireles. Enfim, é a qualidade e a diversidade que vai inspirar os passageiros de ônibus da cidade.
Para quem não sabe do que se trata, o projeto Leitura no Ônibus foi originalmente concebido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), num programa entitulado A Tela e o Texto. O pessoal da Faculdade de Letras implantou as poesias nas poltronas de várias linhas de coletivos da capital mineira. O trabalho se expandiu e deve chegar em breve à totalidade dos ônibus de BH. O mais legal é que não se trata apenas de um projeto de formação de leitores. Ele também dá uma nova cara aos coletivos, criando espaços de socialização, inspiração e reflexão que envolvem estudantes e trabalhadores da cidade. Os ônibus deixaram de ser só meios de transporte.
Em Três Corações, o trabalho começou nos primeiros meses deste ano, quando o Paulo nos procurou com a proposta. Ele mesmo, entusiasmado, redigiu o projeto original. Já tinha nas mãos a autorização da UFMG para tocar o projeto por aqui. Demos alguns toques e ele enxugou o texto que tinha feito. A ideia do projeto era ótima, pois atende a duas demandas: primeiro, forma público leitor; segundo, dá oportunidade para que artistas locais expressem sua poesia na cidade. Começou, depois, a correr atrás dos patrocinadores, talvez a fase mais complicada. Foram feitas várias reuniões com empresários. Valeu o apoio dado de cara pela Trectur, a concessionária do transporte público tricordiano. Sem ela o projeto nem sairia da gaveta.
A prefeitura, por meio do Secretário de Esporte, Lazer e Cultura, Valério Neder, é outra entidade que está sendo fundamental na realização deste projeto. Partiu do Valério a ideia de integrar o Leitura no Ônibus com o aniversário da cidade, que acontece no dia 23 de setembro. A secretaria já integrou o projeto às festividades e está patrocinando boa parte da iniciativa. A São Marco também adotou a ideia, valorizando a iniciativa do poeta tricordiano. Por fim, a Câmara dos Vereadores é quem completa o time dos patrocinadores. O projeto tem o apoio da Livraria Obra Prima, da Associação Adriverde, da Foto Gibene e da Maria Rita Arte Decorativa.
Agora é aguardar para conferir o projeto nas ruas. A data para estreia é 21 de setembro.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
18 de julho: Lançamento do livro Inércia, de Marcos Vinícius Lima de Almeida
No dia 18 de julho, sábado, às 14h, o escritor luminarense Marcos Vinícius Lima de Almeida (foto) realizará o lançamento de seu primeiro romance, Inércia, pela editora carioca Multifoco. O evento faz parte da programação das comemorações da Festa de Aniversário do Município, e acontecerá no auditório da Escola Municipal Francisco Diniz.
O jovem de 26 anos, funcionário público da Prefeitura Municipal de Luminárias - MG, e graduando em Filosofia pelo UNIS/Varginha-MG, foi recentemente premiado na seletiva nacional da Câmara Brasileira de Jovens Escritores. A seletiva de nível nacional, teve um total de 4428 obras inscritas, das quais, 245 foram selecionadas, um número recorde, segundo os organizadores das antologias. Juntamente com autores de todos os cantos do Brasil, o conto do autor compõe a antologia “Livro de Ouro do Conto Brasileiro – edição 2009”.
Além disso, Marcos Vinícius havia sido laureado no III Concurso de Contos da Universidade Federal de São João de Rei, no ano de 2008, concurso também de nível nacional e que conta com a participação de autores já consagrados. Em ambos os concursos, o conto premiado foi o “Ao pé da Serra” cuja temática regionalista mesclada a elementos da condição humana, a ambientação, e o linguajar estético mineiro nos remetem a prosadores como o imortal Guimarães Rosa.
Conta o autor: "Inércia conta a história de um sujeito comum: Juan, jovem estudante de Filosofia, vinte e poucos anos. Prestes a sair de casa para faculdade é surpreendido por um telefonema de sua ex-namorada. A partir daí, sua vida é passada a limpo, re-vivenciada através de uma narrativa não-linear e ágil, conduzida pelo fluxo de pensamento da personagem, oscilando entre dois ambientes e épocas fragmentadas de seu passado recente e remoto.
Luminárias, pequena cidade do sul de Minas Gerais, é palco de sua adolescência, do começo de seu namoro, das amizades da infância, de nostalgia. São João del-Rei, abriga sua vida conjugal corroída pela rotina, o amor esvaindo-se na solidão vivenciada a dois e o ambiente universitário. Entre cachaça e cigarro, Juan está diante do embate com a idade adulta, inerente à condição humana. Romance de estréia de Marcos Vinícius, esse livro de leitura agradável e ao mesmo tempo denso, inspirado na própria vida do autor, trata de questões que são comuns a cada um de nós. "
Leia também a entrevista com o autor.
Fonte: http://luminariasturismo.blogspot.com.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Diversidade Cultural - Da Proteção à Promoção

Durante a palestra que ministrou em Varginha, pelo Observatório da Diversidade Cultural, o antropólogo José Márcio Barros lançou o desafio: “acompanhem um dia inteiro de televisão e vejam de onde vem a maioria da programação que passa”. Logicamente que logo em seguida ele mesmo desencorajou os presentes a cometerem tal perda de tempo. Também, nem precisa. Ninguém tem dúvida de que a cultura que a televisão traz para dentro de nossas casas é produto enlatado norte-americano, seja pelos desenhos animados, seja pelos filmes de Hollywood.
Bem, se ligarmos o rádio, principalmente as estações voltadas para o público jovem, a situação não vai ser lá muito diferente. As músicas norte-americanas ocupam todo o espaço. Ao consumimos bens culturais estrangeiros em massa, como acontece com a enxurrada de filmes e músicas estadunidenses na mídia comercial, vamos aos poucos absorvendo comportamentos e seguindo padrões e modismos que não são propriamente nossos. A tendência, é claro, é a imposição de valores de uma cultura sobre a outra e a massificação dos nossos modos de pensar e agir, dos nossos gostos, das nossas atitudes. Nesse sistema viciado pela indústria cultural, pouco sobra espaço para o diferente, para o diverso, para quem vai na contramão do que a mídia prega como padrão.
Esta reflexão vem apenas ilustrar um pouco do que foi dito no encontro que tivemos em Varginha para a palestra sobre a Diversidade Cultural. José Márcio fez diversas outras análises sobre comportamento que mostram a necessidade e a urgência de valorizar a diversidade das expressões culturais. Essa discussão vem conquistando espaço nos debates internacionais desde quando a Unesco - órgão das Nações Unidas para a Cultura - iniciou as conversas que culminaram com a ratificação da Convenção para a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais.
Os detalhes desta convenção, seus impactos nas políticas públicas de cultura e o papel do poder público e da sociedade civil são amplamente discutidos no livro Diversidade Cultural - da Proteção à Promoção, lançado pelo Observatório da Diversidade Cultural (organização de José Márcio Barros, editora Autêntica). A obra traz diversos textos de autores ligados a universidades, à sociedade civil e ao Ministério da Cultura lançando olhares sobre o tema e apresenta-se como leitura indispensável para quem quer estar antenado com o que acontece no universo da produção cultural de hoje.
O livro é dividido em temáticas: Promoção e Proteção da Diversidade Cultural, Diversidade Cultural e Desenvolvimento Humano, Diversidade Cultural e Educação. Das várias reflexões lançadas nos textos, algumas chamam mais a atenção. A arquiteta Jurema Machado, coordenadora de Cultura da Unesco no Brasil, lembrou que o País teve um papel fundamental na aprovação da Convenção, sendo um dos líderes do movimento. O documento equivale a uma legislação internacional, que deve passar a constar das leis internas dos países signatários. (Detalhe: a tal Convenção foi aprovada por quase a totalidade dos países; a exceção ficou por conta de Estados Unidos e Israel). Dentre as normas que o texto propõe, os países podem criar mecanismos para valorizar suas culturas, sendo que os bens culturais não podem ser meramente tratados como mercadoria, como gostariam os magnatas de Hollywood.
O antropólogo Gersem Luciano Baniwa, por sua vez, discute a questão da diversidade dentro do território brasileiro e levanta um dado interessante. O Brasil tem cerca de 200 etnias e quase 200 línguas distribuídas entre os povos indígenas. Metade dessas pessoas não fala português. Como podem então ter direito à cidadania se não compreendem aquilo que se fala nos tribunais, nos cartórios, nas televisões? Ele cita como exemplo de respeito à diversidade o município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, onde nasceu, e que tem três línguas indígenas como co-oficiais: Nheengatu, Baniwa e Tukano. Sugere ainda a criação de programas na rede pública de tevê em línguas indígenas, como o Guarani, nem que seja em horários alternativos da madrugada.
Outro texto interessante vem da antropóloga Tânia Dauster Magalhães e Silva, que relata a dificuldade de pessoas oriundas de setores populares no relacionamento com universitários da elite. Ela apresenta como as pessoas que vêm de regiões mais pobres economicamente e de escolas públicas eram tratados na universidade apenas como ouvintes, e nunca lhes era dada a chance de falar o que pensam. A também antropóloga Nilma Lino Gomes retrata a questão racial dentro das universidades. Com base em argumentos estatísticos, ela mostra por que as ações afirmativas são fundamentais para garantir o ingresso a diversidade cultural no ensino superior e como isso tem papel central num projeto de nação.
A discussão vai muito mais além. Como as entidades do terceiro setor devem agir para fazer valer a Convenção, o papel da comunicação na promoção da Cultura e as ações do governo brasileiro nos últimos anos são apresentados, levando o leitor a ficar por dentro de uma série de conceitos e ideias atuais. Como já foi dito, a leitura é indispensável para quem quer acompanhar as novidades do pensamento cultural de hoje. Fica o convite à leitura.
terça-feira, 21 de abril de 2009
Girando a informação - Dicas de sites
Música indie/rock
O blog Meio Desligado traz novidades da cena musical independente brasileira. O site traz músicas para downloads, clipes, links e entrevistas de bandas que fazem o diversificado cenário do mercado alternativo de música. "O meio desligado pretende ser não apenas um blog com dicas sobre bandas e músicas, mas realmente uma espécie de guia, com informações úteis sobre o que acontece no cenário alternativo do país", diz a descrição do blog.
Formando leitores
O projeto A Tela e o Texto, criado por educadores da Faculdade de Letras da UFMG, vem há dez anos trabalhando pela formação de públicos leitores em Belo Horizonte. Realiza o projeto de instalação de lâminas com poesias nos ônibus da cidade, tem uma linha editorial que produz literatura a baixo custo, orienta bibliotecas comunitárias, ministra cursos de produção cultural e organiza mostras de literatura, cinema e vídeo.
Memória de Catadores
O projeto Sou Catador, da ONG Museu da Pessoa, de São Paulo, reúne histórias de vida de catadores de lixo da capital paulista. Há depoimentos em textos e vídeos e fotografias dos entrevistados. Os relatos mostram a trajetória desses trabalhadores desde os tempos que a profissão era ainda mais discriminada.
O Coletivo Soylocoporti, de Curitiba, é uma união de blogueiros que redigem em nome da integração latino-americana, da auto-determinação dos povos e da democratização da comunicação. É um trabalho interessante, que nos traz relatos de vivências dos membros em outros países da América do Sul. "Entendemos que cultura e comunicação andam juntas, na medida em que se faz necessário divulgar e documentar as distintas expressões artísticas para garantir a soberania cultural e a diversidade humana", diz o site do Soyloco.
quinta-feira, 5 de março de 2009
Prefácio do livro Memória da Educação Tricordiana, por Ana Lúcia Almeida Gazzola¹

Em boa hora a Viraminas Associação Cultural nos brinda com este livro de testemunhos que compõem uma bela Memória da Educação Tricordiana. Com a sensibilidade dos que sabem que o futuro de uma sociedade tem, como principal suporte, a atividade educacional, os organizadores desse importante trabalho foram buscar as histórias de vida e profissão de seus principais atores: os professores. As entrevistas de cada um deles constróem para o leitor um mosaico de experiências que marcaram suas vidas e determinaram suas opções. Marcaram, também, as nossas: as vidas dos tricordianos e tricordianas que, como eu, foram alunos de alguns desses Mestres.
Ao ler os depoimentos, apresentados com uma terna informalidade, reencontrei diretamente as vozes de personagens de minha infância e adolescência: dona Clotilde, dona Júlia, dona Teresinha. Também, através delas, os ecos de tantas outras vozes que conheci por contato; como o prof. Manuel Bécarez, dona Regina Ematne de Souza, o prof. Magalhães, os profs. Rotundaro e Rizio Santana, entre outros, ou por referência, como da. Maria Augusta, da. Aída Rosa, da. Cacilda. Entre tantos e tantas que contribuíram ao processo de construção da educação tricordiana, encontro, emocionada, o nome de meu pai, Astolpho Gazzola, um dos fundadores da Escola que se transformou posteriormente no Colégio Estadual.
Tenho orgulho em fazer parte dessa história. Quem sabe se foi por influência de meu pai ou de meus professores que descobri minha vocação de educadora? Certamente, aprendi com eles as muitas lições que recupero aqui em seus testemunhos: a da educação como processo libertário, a dedicação aos alunos, a beleza de nossa profissão. Meus Mestres e Mestras foram exemplares em minha vida. Sou grata a todos eles.
Em seus testemunhos, eles falam de suas histórias, da descoberta de suas vocações, do cotidiano do trabalho, e vão evocando as escolas que circunscreveram espacialmente a educação em Três Corações: o Luiza Gomes, o Bueno Brandão, o Clóvis Salgado, o Pio XII, o Colégio Estadual.... Ficam evidentes, nessa reconstrução coletiva, as várias etapas que foram levando à crescente profissionalização da carreira docente e à institucionalização das escolas.
Esse processo não é próprio apenas de nossa cidade. Ao contrário, é análogo ao que ocorreu em inúmeras outras cidades brasileiras, e contém elementos que se repetem na constituição do sistema educacional em nosso país: as primeiras escolas, iniciativas quase individuais na região rural e nas cidades; o processo de municipalização e estadualização que levou à constituição de importantes redes públicas de ensino, e o caminho em direção à implantação da educação superior. A carreira docente, particularmente no ensino primário, hoje chamado de fundamental, quase sendo a única opção profissional para as mulheres; a partir do ensino secundário, a predominância de homens entre os professores. E as mudanças decorrentes da crescente profissionalização feminina e da própria formalização da carreira docente.
O livro, por tudo isso, presta um duplo serviço: recupera uma parte significativa da vida de Três Corações e apresenta uma contribuição à história da educação em Minas Gerais e no Brasil.
E, fundamentalmente, reafirma uma das mais importantes lições que uma sociedade deve valorizar. Pois, como lemos nas palavras finais da Professora Elza de Resende Enout Nadur, “o passado serve como uma base” para pensarmos o futuro.
¹ Ana Lúcia Almeida Gazzola é tricordiana, educadora e ex-reitora da Universidade Federal de Minas Gerais. Baixe o livro Memória da Educação Tricordiana no link ao lado.